Terremoto em Mianmar atinge igrejas e missionária relata livramento: ‘Ore por eles’
Na última sexta-feira (28), dois terremotos consecutivos de magnitudes 7,7 e 6,4 atingiram Mianmar. Os danos foram relatados em todo o Sudeste Asiá...

Na última sexta-feira (28), dois terremotos consecutivos de magnitudes 7,7 e 6,4 atingiram Mianmar. Os danos foram relatados em todo o Sudeste Asiático, assim como em países vizinhos como a Tailândia, onde derrubou prédios, e em regiões na China.
A Junta Militar que governa Mianmar anunciou nesta segunda-feira (31) que o número de mortos subiu para 2.056, com milhares de outras feridas ou desaparecidas. O terremoto foi um dos mais fortes já registrados no país.
O terremoto causou danos em vários edifícios, como o aeroporto Mandalay — segunda maior cidade do país — além de afetar igrejas e os cristãos perseguidos.
“A comunicação por telefone fixo está interrompida, e os moradores estão enfrentando desafios para se comunicar uns com os outros. Na maioria das áreas, a internet também ainda está cortada, então não conseguimos receber informações rapidamente”, contou Daisy Htun*, parceira local da missão Portas Abertas em Mianmar.
E continuou: “Até agora, sabemos que o aeroporto de Mandalay também foi danificado. Temos a confirmação de que duas igrejas foram afetadas, o pastor e dois diáconos de uma delas ficaram feridos”.
O tremor teve epicentro na cidade de Sagaing, uma das áreas preocupantes, pois segundo a Portas Abertas é uma zona de conflito. Até o momento, não há notícias sobre a situação dos cristãos nessa região.
Livramento
Nesta segunda, equipes de resgate ainda buscam centenas de desaparecidos em Mianmar e na Tailândia. Além disso, os governos da França e da China afirmaram que há cidadãos de seus países entre as vítimas.
Espera-se que o número de mortos aumente à medida que as equipes de emergência vasculham os escombros. Os prédios estão em ruínas e os hospitais estão sobrecarregados.
Por causa da crise gerada pelo terremoto, o governo militar de Mianmar declarou estado de emergência em seis áreas: Divisão de Mandalay, de Bago, de Magway, de Sagaing, estado de Shan e a capital, Naypyitaw.
Pouco antes dos tremores começarem, a Portas Abertas estava ministrando um treinamento em uma das igrejas afetadas. Apesar do susto, Daisy testemunhou que não houve feridos no local:
“O prédio de nossos parceiros locais que cuidam de crianças está danificado, mas, felizmente, não há vítimas”.
‘Ore por eles’
No estado de Shan, que é controlado por grupos armados étnicos, onde muitos deslocados internos vivem por causa do conflito, muitos edifícios foram danificados pelo terremoto. Após o desastre, estima-se que o número de deslocados internos aumente ainda mais.
“Agora, as pessoas, cristãos e não cristãos, estão em um estado de desesperança, pensando em sua própria sobrevivência. Para a igreja em Mianmar, na qual muitos já foram afetados pela guerra e forçados a se tornarem deslocados, isso pode ter um efeito cumulativo. Eles já experimentaram o sofrimento, há dificuldades econômicas e, agora, um desastre natural os atingiu”, relatou Daisy.
E continuou: “Se Deus pôde usar os corvos para levar comida a Elias no deserto, então Deus pode usar qualquer coisa para trazer conforto e ajuda a eles. Vamos orar para que eles experimentem a bondade do Senhor e lembrem que Ele não os abandona”.
“Eu compartilho com os cristãos quando os encontro que, embora as coisas estejam terríveis e seja fácil se isolar, não estamos sozinhos, há pessoas ao redor do mundo orando por nós”, concluiu.
A Portas Abertas informou que parceiros locais estão visitando as áreas afetadas para avaliar os danos causados pelos terremotos e planejar a melhor forma de assistir os cristãos perseguidos em Mianmar.
“Ore pela segurança dos cristãos perseguidos em Mianmar. Agradeça a Deus pelo livramento dos parceiros locais e de outras vítimas que sobreviveram aos terremotos. Clame ao Senhor para que a igreja seja um instrumento de esperança e socorro às vítimas.
E peça a Deus que em breve as comunicações sejam restabelecidas”, destacou a missão.
O país ocupa o 13º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.